Devaneios de Outono
Sonhos apedrejados em minha inconsciência
Por devanear in natura cenas de pornô,
Foi a mão de minha mulher que entrou
Exigindo que eu capitulasse de minha indecência.
Como desvendou ela o que para si era traição?
Invadir paragens oníricas de outrem é crime...
Na verdade é no sonho que o ego não se reprime,
Pois a censura é livre para fomentar-se qualquer situação.
Receio atroz de dormir ao seu lado eu tive
Porque a madame passou a monitorar os declives
Que meu corpo fazia durante o sono...
Como esposa apaixonada seu ciúme cessou
Quando lhe disse eu ser ela o único amor
Que povoa meus devaneios de outono a outono!