Sílabas do Amor
Sobre o papel de escrever,
Quero o tracejar dos tempos, úmidos
Como o desaguar das letras pelo torpor
Do corpo despido em milagres... Êxtase...
Carícias inusitadas do seio... Gotas entre os lábios!
Pela constância dos versos
Hoje encontrados também nos errantes seresteiros,
Incansáveis divagadores da noite, à vista
Nos afagos eleito pela lua cheia... Magia em lamentos...
Canela aos sabores, cravos aos elementos!
Difuso pelos cristais enfeitando o céu,
Faço-me criatura guiada pel’alma, como Orfeu,
Movendo-se em codinomes etéreos, melindres
Tatuando-se pela pele, pelo linguajar singular
Suplantando das mãos, lagoas de navegar!
De cada jura, uma paixão
Deleitando-se em amor, amar, perfumes
Vindos do gostar, feito sussurros bailando
Da face às planícies do éden, inundada
Por sublimes desejos sonhados no adormecer!
09/07/2012
Porto Alegre - RS