SEM RIMA 261.- ... compensemos com amor ...
Mas já,
compensemos com Amor
as tristes reflexões manifestas
nos dous anteriores "Sem rima"...
Amada, se me amas como eu te amo,
e sei que me amas, mesmo quando me admoestas,
inauguremos o monumento ao nosso Amor
que dia trás dia lentamente levantamos humilde:
Olha os beijos dados e os não dados, mas queridos;
olha o querer profundo nem sempre notório;
olha o abraço nosso de carne estremecida
ou de pele escorregadiça e suave a brincar por cumes
e por vales e por montes e por rios e por oceanos,
que fomos tecendo, continente de paisagens
inquietas, que fomos lavrando no tempo
esse nosso ido que, apesar de não ser,
ainda percorremos à maneira difusa
de suspiros leves, de murmúrios
brandos, de sussurros suaves,
de silêncios arvorados,
de palavras subtis
ou opulentas...