Letal

Eu que tenho no peito um coração que bate,

Que me faz tão sentimental quanto o gelo,

E que além de bombear meu sangue,

Sabe amar como as pedras.

Eu que me perco no mundo racional dos sentimentos,

Que carrego no seio um coração monolítico,

Que me entrego a emoções anteriormente calculadas,

Que submirjo no mar sensato do amor.

Eu que gozava liberdade, agora me encontro cativo;

Não consigo pensar, sequer consigo falar,

Me perdi no espaço, sem tino, sem domínio, sem razão...

Eu que outrora era viril e resistente,

Agora tão vulnerável neste mundo desconhecido,

Sem ter nenhuma certeza

Exceto, a que fui alvo dum veneno letal chamado amor.

~ Wanderley Barrêto.'.

S.J. do Cariri, 09.07.12