BRIGA DE AMOR
Distam-se os olhares ofendidos
Por estouvados pensamentos
E por perene sofrimento.
Distam-se, um do outro, doloridos
Abrem-se as bocas apavoradas
Pelas palavras não medidas
E pela realidade consumada.
Abrem-se, uma para a outra, emudecidas
Escondem-se as feições envergonhadas
Pelas promessas não cumpridas
E pelo drama sem saída.
Escondem-se, uma da outra, acanhadas
Fecham-se os ouvidos aturdidos
Pelos gritos misturados
E pelo socorro não chegado.
Fecham-se, um para o outro, arrependidos
Entregam-se os corações machucados
Pelo passado remexido
E ao destino escolhido
Entregam-se. Um para o outro, apaixonados