FLOR DA AUSÊNCIA

Amarga

essa flor

que se chama amor.

Amarga

essa doçura

a flor da ausência.

Amarga

essa tristeza

que se chama despedida.

Amarga

essa flor do ventre

cujo nome é desejo.

É amarga a boca

que tem o sal da lágrima.

E nesse agridoce

permanece o jogo trágico

das palavras, Amada.

No chão em que piso

baila uma bailarina

cujo nome é solidão.

Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 84.

http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/37667