ILHA DE NÓS DOIS

De tanto buscar o querer velado

Despido de paz e de sorte

O sentimento se fez sem freio e sem norte

Até ficar preso no instante calado

Conta somente com a vontade do vento

Para ao longe levar o seu canto

Mensagem que diz no todo o encanto

De um amor que será eterno no tempo

Não fosse a boa vontade dos versos

Estaria perdido na carta não lida

Órfão de mãos que lhe cure a ferida

Sem voz, sem vez e para sempre introverto

Remoçará, talvez, em qualquer primavera

Mais forte ou mais fraco, mas sempre sozinho

Deixando pedaços de fé no caminho

Sem idas ou vindas nem ponto de espera

Sem sorte nasceu e sem norte será

O que sempre existiu trancado em segredo

nem se pode alcançar o que partiu em degredo

E agora afogado em uma xícara de chá