SEM RIMA 247.- ... amor?: amor ...

Pergunto-me... Podem perguntar:

"Qual seja amor?" ou "que é amor?"

São perguntas parecidas, mas muito diferentes:

"Qual" inquire a qualidade, as qualidades,

os acidentes por que amor se manifesta.

"Que" indaga a essência, a natureza

profunda, a raiz do amor. A esta vou:

Segundo o dicionário, amor vale

por sentimento de bem por alguém,

por afeto profundo,

por disposição emocional,

por paixão terna e calorosa,

por relação íntima,

por ato sexual,

por apego ou empatia

por devoção a ser ultramundano

por objeto do sentimento, do afeto,...

por cuidado ou zelo,

mesmo pelo deus mitológico que for.

Seja como for, amor, amor-amor, Amor,

a meu humilde ver, compreende biologia

ou carne e pele e tremores e prazer ou mesmo doença,

e ideologia, pressentimentos e presságios e agoiros até,

que atribuímos aos âmbitos indefiníveis do espírito.

Se não há contato, não há amor nenhum.

Se houver contato, talvez haja amor.

Haverá amor da mulher ao varão, e vice-versa,

se ambos se permitem carícias e beijos e mais.

Haverá amor da mulher à mulher, do varão

ao varão, se podem envolver-se em abraços ao menos.

Inclusivamente as pessoas (humanas)

podem amar animais (não humanos), mas terá

de haver alguma mediação sensível entre eles.

O amor autoriza fazer à vontade, sempre,

liberrimamente no corpo e no espírito,

nos próprios e nos de outrem, que deixa

de aparecer alheio para ser também próprio.