Devir



Dobrei a esquina
Nos meus ouvidos estampidos do silêncio
Marcas de passos borrados

 em um papel em branco a ser preenchido
Nos lábios um só pedido
Reescreve tua lida sem traços macabros!

Doce tarde
Náufrago vagueando a passos largos
antes agrilhoados por frágeis baraços
Na mala um sol desenhado
estrelas minúsculas empacotadas
Mágico sossego! Com desembaraço
tiro da cartola o mapa, a bússola, o meu traço

Setas apontam caminhos ígneos
Ventos fortes me levam em desatino
Para que me serve o destino traçado
se ao menino lhe é dado
seguir a aura de ser pequenino?
Sem direção, autônomo, segue o peregrino 




 
Maria Celene Almeida
Enviado por Maria Celene Almeida em 05/07/2012
Reeditado em 14/07/2012
Código do texto: T3761607
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