Luminárias do Âmago

Ao cantar do aço das cordas,

Sou levado pelo impossível do ensejo

Migrando entre furnas e capelas,

Abertas nos frontes, nas êneas do pensar!

Do sabor revelado dos lábios,

Está a sapiência se estendendo

Na dança inventada pelos campos de trigo,

Quando o luar o beija pelo sentimento!

Juras, ouvi na canção, inconsciente,

Cantada baixinho enquanto a nau e suas velas

Semeavam as nuvens, um gosto de mar

Escorreu pelo rosto como uma flor ao alvorecer!

Quando do oscilar das luzes marcando

O gesticular, a arte, se cumprindo nas sombras

Sobre a tinta branca calada, moldura impar

Contando aos olhos histórias para as quimeras!

Em desejos, confesso-me... Amor!

Tendo das letras a alforria do silente rendendo-se

Ao versejar declamado pelos ventos da bússola,

Indicando n’alma o norte do poema sonhador!

03/07/2012

Porto Alegre - RS