Pedido de Amor

Ao mar, flores ofertei,

Pedindo às ondas que, na areia,

Um nome grafasse intuindo a escrita

Elegias, sinfonias, luvas para as mãos,

Palavras para o mistério do cálice!

Instruído pelo desaguar da cânfora,

Vem-me à lembrança o verso, o retrato

Desnudando-se em pétalas, pérolas,

Que da lua cheia deslizam como lágrimas

Sobre o ventre... Delírios do outrem!

Do alto da meia noite,

Runas e aquarelas conduzem o gemido

Mesclando orvalhos, sonhos, mandamentos,

Linguagens além do prosaico sentir, ecoando

Da pele, das juras, do recomeço do anoitecer!

Unificado pela solitude,

Do pranto me faço altruísta discorrendo

Em preâmbulos dissertados do âmago.

Vivo com um jardim florescendo pelo amor

Singular em cada pedaço de ilusão!

02/07/2012

Porto Alegre - RS