Basta a certeza de que vale à pena.
Às vezes basta o cantinho do sofá
Um papel pra rabiscar qualquer coisa
A parede branca ali na frente pra olhar
Janelas fechadas pra não ter que levantar
Uma única almofada pra abraçar...
Às vezes basta não esperar por ninguém
Perder a hora, o compromisso há tempos agendado
Sentir fome e sede por pura preguiça de se mexer
Demorar tanto no banho a ponto de murchar os dedos
Deitar ainda de cabelos molhados...
Às vezes basta a lareira ardendo em brasas
Uma taça de espumante sobre a mesa
A mente vazia de tudo que vi até então
O corpo estático sem prever o que virá
E alguém especial ao lado mesmo sem nada de novo pra dizer...
Às vezes basta olhar nos olhos
Tocar os cabelos e segurar a mão
Deitar lado a lado, bem juntinho
Contar os minutos pro amanhã chegar
Tendo absoluta certeza de que tudo vale à pena...
Janaina Lúcia Alves
19/06/2012