LENDAS DA PAIXÃO
Vagava com a solidão,
Pelo mundo seguia sem direção.
As paixões que vivi,
Faltava um último júbilo para descobrir.
Entre as cevadas do prado ela cruzava,
Suavemente o vento a tocava.
Parecia um anjo perdido,
E o Sol seduzido iluminava seu caminho.
Quando as veredas se transporam,
O tempo se foi do espaço,
Os olhares se desvendaram,
E o regozijo que carecia, encontrei em seus braços.
E estive ao seu lado por tantas primaveras,
E a amei como única, até secar minha ramagem.
Não tive medo de devanear essa quimera,
Porque nos dias que vivo amar se tornou uma miragem.
Quando seu último suspiro deixou seu corpo,
O tempo e o espaço se voltaram pra mim,
Meu coração ainda batia, mas estava morto,
Só esperava meu fim...
Então um sonho me mostrou algo que vivemos,
A lembrança daquele dia que nos conhecemos,
E o consolo abrandou minha alma, e descansei em paz,
Esperando reencontrar-lá outra vez naqueles campos, anos atrás,
Suave como um anjo, porque não pertencia a este lugar,
E assim pelas moradas da eternidade poderemos nos amar.