Sons da Paixão

Ah! Geme...

Geme arvoredo dos versos,

Traga-me do teu canto a formosura

De cada flor se desprendendo

Ao luar do inverno... Música de ouvir!

Desde o primeiro pulsar,

Entreguei-me às trilhas desmedidas

Saltando a olhos vistos entre os tecidos

Que esvoaçavam brincando com a luz

Inebriando a nudez... Silêncio para voejar!

Para onde devo elevar minhas palavras,

Ao inferno dos breus ou às escadarias dos cálices?

Em meio à insanidade das lágrimas

Escorrendo em confraria com a face pequena,

Recebo dos lábios que se dilatam na pureza do frenesi,

As manhas do corpo contraindo-se em lamentos,

Mensurando de mel à centelha...

Água para os pecados!

Quando as velas foram içadas,

Tudo se cumpriu pela cumplicidade do amar

Vigiado pelas estrelas, querubins da madruga

Tirando de suas liras, pará prismas...

Edos do gostar!

229/06/2012

Porto Alegre - RS