Devolva-me
Percebo-te
nas horas vãs,
sigo teu silêncio.
Decifro
nas brumas,
penumbra dos ventos
o traço de teu rosto.
Quimera!
Bandida!
Nas bordas do mar
devolvo a ternura
que me roubaste.
Meu sono, tua imagem,
o amor, uma viagem.
Vigio o teu sorriso,
suspiro e adormeço.
Sonho adiante
com desertos e palmeiras
e sofro.
Oh! princesa,
arrancaste do meu seio
a poesia,
no jardim das delícias.
Devolva-me minha vida,
meus retratos e delírios.
Flores, versos
e um punhado de sopro
para eu poder alcançar a aurora.
(Verônica Partinski)