Ao amor que um dia terei
Teu rosto me transmite a paz,
acalento meus sonhos nas tuas palavras
e te espero em cada amanhecer.
Eu sei que não deveria,
pois nem sei de ti.
Mas dentro de mim, algo grita.
Nem me imagino em outra cena,
e no teatro que tanto protagonizo,
a tua existência é o aplauso mais eficaz.
Um bálsamo que alimenta,
uma prece que anima,
um novo canto em minha boca impura.
A tua vida se despede da minha,
com o passar pesado do dia.
Não te reconheço, mas insisto.
Suplico aflito ao Deus Eterno,
querendo Dele a resposta imediata.
Esqueço que sou criatura.
Todos os dias é a mesma ciranda,
de anéis de vidros e amores poucos.
Como consolo, me resta a esperança.
Nem sei se devo, mas ouso dizer:
Eu te amo, mudo e acanhado.
Por todo o tempo que houver.
Guardei a sete chaves a minha façanha,
E, ainda, que eu não te tenha por minha um dia,
dedico os versos aqui neste nanquim, e te dou
todo o amor que eu tenho.