FÚRIA E DELICADEZA

Sou feito de antíteses

Paradoxos

Teorias, teoremas não provados

Parece que não sou eu que escrevo, escravo sim eu sou

Escravo de ter esperanças

De ter, mas de principalmente de não ter segundas intenções

Não me explico

Deixo- te confusa penso eu

Nesse mar bravio que navego,

Navego basicamente sem rumo, sem pressa, sem tripulação

Navego ao sabor do vento

Das intempéries do destino

Dês sorrisos e olhos de mulheres que me inspiram

De estrelas que brilham, sem se importar com minha existência

De amores que invento pra sobreviver

A cada dia, a cada letra, a cada desilusão

Basta um beijo, nem mesmo isso!

Apenas uma lembrança sua, ou de um desafortunado e arredio amor que invento

Alegria e tristeza;

Escuridão, clareza;

Súdito, plebeu, rainha, realeza;

Eu mirrado, magrinho, fininho, perto de sua beleza...

Mediocridade, esperteza;

Lago manso, correnteza;

Dúvida, certeza;

Falta de fé, Santa, Tereza, Madre Tereza!

Gato, vira-lata, tigresa;

Migalhas, riqueza;

Choupana, fortaleza...

Vejo nas mulheres (e agora só consigo ver em você)

Fúria e delicadeza.

Nobreza, e um pouco irritante és, com certeza...