ROTINA

ROTINA

I

Simulei, enganei, procurei redimir meus atos insensatos, com atitudes regenadoras;

Não encontrei caminho, luz, reflexos e perplexo procurei simular ações duradouras,

Busquei no íntimo refazer os enganos e desenganos, as tolices e pieguices, imorredouras;

Que me transtornaram nas infantis decisões que tomei e me decepcionei, pois não assimilei a lição encantadora.

II

Rotina, infeliz atitude que nos entristece, encarece nossa vida atribulada e transformada em natural;

Seguimento de um sofrimento que todos passamos e não notamos, pela cegueira anormal de um mortal,

Imperfeito, cheio de defeitos, ignorantes e simples como Deus nos criou, e por pirraça coloquei uma mordaça fatal;

Que me fez calar, emudecer, esquecer o mundo, a rotina que destina descortina o caminho fraternal.

III

Sou feliz, infeliz, não importa. Procuro o destino certo ou incerto. A atitude correta ou incorreta, que plantei no quintal;

Lugar de cultivar, regar, flores e botões que fortificam pelo perfume exalador e divinal;

Procuro compreender, pelo menos entender essa vida magistral, não deixando que a rotina seja descomunal,

Para este ser, sofredor, pecador, mas com pudor procuro relevantes caminhos retos e com retorno plural,

IV

Se eu pudesse e no meu caminho estivesse o dom natural da vida sentida e vivida sem dor e amor passional.

Que seja sincero entrevero jamais. Um dia acabaria maldito destino e a rotina com armas sentimentais e mortais;

O amor que supera a tristeza, a dor e abastece o coração, com sangue renovado, destilado sem rituais;

Procuro, no claro, no escuro, no dia, na tarde e na noite um ser que encarne meu desejo ardente e virginal,

V

Aclarar minhas idéias, minhas facetas, que levei a vida inteira na brincadeira sem ideal;

Hoje sinto ulcerações, feridas sangrarem, busco o remédio certo para o sangue estancar e a dor cessar;

Maltrato a retina que se descortina, mas a rotina não consigo dominar, nem amenizar,

VI

Sofro, choro, penso, repenso, e uma luz surge num piscar de olhos vindo de um lugar que não consigo imaginar;

É a força divina que destina, domina, mas não esquece o ser que enobrece a vida, que vence a rotina, que se transforma em salutar.

Ah! Se eu pudesse chorar, minhas lágrimas derramar, mandar aos ares o que não posso mudar.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-ESTUDANTE DE JORNALISMO DA FGF.

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Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 09/02/2007
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