Canção Sensual

Na passagem

De um acorde para outro,

Cria-se em brandos lamentos

Sentenças que o escriba simplesmente

Chama de poesia!

Como o lábio decantando pelo corpo,

Vibram as cordas dos dizeres do sempre,

Inspirando pela pele águas nunca dantes

Decifradas em papiros de um passado remoto,

Inundado de claves e centelhas sublimadas em torpor!

Sobre a face, a suavidade

Das mãos descobrindo a geografia,

O relevo de cada avesso, o compasso

De todo entalhe mergulhado em canduras,

Rezas sussurrantes que se alçam em romance!

Pelo desnudar do amor,

A fruta se tange em doçuras náuticas,

Encenando entre beijos e carícias,

O insano desejo, o arpejo do ensejo

Mesclando nos olhos

A palavra que nunca se cala!

27/06/2012

Porto Alegre - RS