GRITA A SAUDADE
(Sócrates Di Lima)

Grita a saudade,
No mais estridente grito,
Chega, assim, no final da tarde,
Como um trem na estação com seu apito.

Grita a solidão desesperada,
Porque sabe que vai embora,
Quando chega minha amada,
Vinda de longe, lá de fora!

Grita a tristeza absurda,
No deserto da sua própria vontade,
De tanto gritar, parece surda,
Pois, mais forte é o grito da saudade.

Grita a lágrima que não caiu,
Sabendo que a mão que enxuga ó choro,
Não conterá o sorriso que ela viu,
Nas horas que a alegria canta em coro.

Verte-se a saudade que nunca morre,
Dobra a alegria que sempre chega,
A vontade de sorrir socorre,
O choro reprimida da minha Nega.

Então, deixo gritar a saudade,
Que me abre o peito numa fenda em branco e preto,,
Deixando vazar toda a minha ansiedade,
Que ficava presa lá no fundo do peito.

Fecho os olhos num aperto de pápebra,
Sinto-o buscar um suspiro bem fundo,
E a alma em desafogo celebra,
A troca da saudade pelo desejo profundo.

É a saudade de Basilissa meu senhor,
Que não tem como ficar sem ela,
Presente ou não, a saudade é a essência do amor,
Que ainda mora no meu e no coração dela.

Não adiante eu pensar diferente,
Nem tentar esquece-la,
Tudo é a razão da gente,
Eu sempre chego quando estou preste a perdê-la.

Grita então todos os sentidos,
Reunidos num só desejo infinito,
Num pacto a todos queridos,
Firmando que a saudade sempre será um grito.




 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 27/06/2012
Reeditado em 27/06/2012
Código do texto: T3748307
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