Vestígio
Eu nunca quis ser o espólio
Também não desejei ser o esbulho.
Nunca me passou pela mente estar no capitólio
Nem chamar a atenção pelo marulho.
Não sou santo, mas não respondo por um litígio
Gosto do silêncio, mas às vezes prefiro o barulho das festas.
Ser irrepreensível não implica em caminhar sem deixar vestígio.
Coerente ou não haverá sempre o que lapidar, arestas.
Quiçá, quem sabe, oxalá, desejos de quem sabe o que quer alcançar.
Se necessário for farei minhas “asas” vôos mais altos alçar.
Quisera, quem me dera, pudera ou poderá algum freio a prédica parar?
É certo que não, minha voz nunca há de se calar.
Privar meu vocabulário é levar-me ao calvário...
Pela oratória falada ou grafada,
Mesmo que sem sintonia ou numa exacerbada metonímia,
Falarei com toda eloqüência, mesmo que sem audiência.
Serei meu próprio expectador dissertando a imortal literatura
De um eterno sonhador... ...De quem sempre acredita no amor.