TU ÉS A MINHA MORADA

Os teus cabelos são tão macios!

Parece que pouso os lábios em pluma rasgada;

O meu amor é um límpido rio

Que desagua em teus braços: a minha morada.

Tu és ave que consome o horizonte

Assim, tão livre e inebriante,

Entorpeces a relva, curas as flores pisadas

E quanto a mim, qualquer dor deste mundo

Curo em teus braços: a minha morada.

És um sopro leve a embalar as vagas,

Que tão logo rebentam na praia, como velhas mágoas;

Vejo-te e ensandeço a tua procura!

Mas perco-te, perco-me, na imensa madrugada.

Aguardo, até que os finos toques da alvorada

Alimentem meu espírito e, dando-me força,

Já morrendo de saudades,

Correrei para os teus braços: a minha morada.

Tayy
Enviado por Tayy em 24/06/2012
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