Apoteose do Amor
ÀS vezes o amor é faca de dois gumes,
A paixão caminha atônita pela repescagem,
Deve-se cultivar o sentimento com fiel imagem
A fim de que na natureza sórdida o coração fica impune.
Confunde-se com leviandade paixão com amor
Mediante dados consignados à primeira vista,
Paixão é o toque inicial para arrematar-se a conquista,
O amor respalda-se na conivência diária do ardor...
No olhar selvagem reside o perigo da atração física
Que é uma restritiva absorção da ternura que se necessita
Para minimizar-se a carência latente de carinho...
No amor há temperança que é plenitude
Em que o risco da paixão não se confunde,
Pois no tempero da confiança afoga-se o que for daninho!