Amor e Qualidade: Prendas

Prendas

Não são teus lábios que me prendem, creia!

Nem teu abraço, carinhoso e ameno;

Não são tuas pernas, alternadas coxas,

Mas teu pensar, o teu agir sereno.

As tuas mãos, sempre estendidas

Ao que precisa de um amigo, amparo!

No teu conjunto de ações, idoneidade,

Nobres virtudes, no mundo tão raro!

O teu amor é-me assim: dado!

Atento, companheiro, expansivo;

Dá-me assim: esmiuçado!

Ora manhoso, complacente, ora atrevido!

Bem sei me perco entre os sabores...

Teus olhos, grandes lábios que suplicam

Que me acolhem num tenaz orvalho...

Às vezes calam, noutras soltam gritos.

E tu m’encontras posto pelas beiras,

A passear em teu semblante, ameno

Que nos importa se sabemos “vida”

Que aos demais pareça ser veneno?!