A chuva molha de manhã
Me molha todas as manhãs
Com teus olhos azuis de breu
E como se não houvesse amanhã
Encharca tudo o que é meu.
Esse teu amor de tempestade
Que invade minhas terras sem piedade
Às vezes sabe ser garoa fina
Cobrindo como um véu meu corpo atento
E gozo a sensação do vento
Que deixas em meu corpo de menina.
À noite, sei que a chuva vem de manso
Como quem nada quer, como um remanso
Teu amor – meu homem – essa beleza
É melhor que toda a natureza.