CORAÇÃO

...

Às vezes, ele dispara...

E diz na cara, do sentimento.

O que trás consigo escancara...

Sem saber se eu quero e/ou aguento...

Denuncia o que rola, se descontrola...

Porque todo envolto na sinceridade...

Mas o que me pega, o que entrega...

É o seu dizer de verdade...

Nessa hora, a razão corrobora...

E me ponho ao que ele pede...

A ele pertence o que se sucede...

Porque sou de carne e osso...

Vejo-me, nisso, até o pescoço...

Porque reconheço que na maioria...

Das vezes, quase sempre, está certo...

E que na solidão de certas horas do dia

Só ele e eu... Ninguém mais por perto...

E aí, do modo mais tranquilo...

Sou obrigado a finalmente ouvi-lo...

É lógico que muitas vezes me dano

É que ele só me pede pra mergulhar no profundo...

Na maioria das vezes no insano; até no profano...

Mas é dele o que de intenso no meu estar-no-mundo

...

Antes de qualquer julgamento...

Saiba que vou com ele a todo momento...

Até aqui nesse poema onde ele se esconde...

Nesse vai-mais-não-vai pra não denunciar o Bonde...

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 23/06/2012
Reeditado em 23/06/2012
Código do texto: T3739856
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