CORAÇÃO
...
Às vezes, ele dispara...
E diz na cara, do sentimento.
O que trás consigo escancara...
Sem saber se eu quero e/ou aguento...
Denuncia o que rola, se descontrola...
Porque todo envolto na sinceridade...
Mas o que me pega, o que entrega...
É o seu dizer de verdade...
Nessa hora, a razão corrobora...
E me ponho ao que ele pede...
A ele pertence o que se sucede...
Porque sou de carne e osso...
Vejo-me, nisso, até o pescoço...
Porque reconheço que na maioria...
Das vezes, quase sempre, está certo...
E que na solidão de certas horas do dia
Só ele e eu... Ninguém mais por perto...
E aí, do modo mais tranquilo...
Sou obrigado a finalmente ouvi-lo...
É lógico que muitas vezes me dano
É que ele só me pede pra mergulhar no profundo...
Na maioria das vezes no insano; até no profano...
Mas é dele o que de intenso no meu estar-no-mundo
...
Antes de qualquer julgamento...
Saiba que vou com ele a todo momento...
Até aqui nesse poema onde ele se esconde...
Nesse vai-mais-não-vai pra não denunciar o Bonde...