Torrente

Pra que tanta água, se minha sede é pouca?!

Um afago e, o teu cabelo eu encontrei, em outra,

E o teu beijo a sua boca se me deu?!

Pra que tanta água se o abraço

É curto?! Pois, se mata a sede

Então, se veste o velho e sóbrio luto.

Pra que tanta água eu sei,

Há sede em mim! No pulsar

Sereno, o triste, o doce... O fim!

Pra que tanta água se o desejo é findo;

O gozo, a fala, o caule no separar,

O entalhe que eu vou sentindo...

Pra que tanta água, pode haver

Enxurro, ao sufocar o amor,

Por se negar ser burro!

Pra que tanta mágoa, isto

Destrói o mundo?! A corroer

Resvala no abismo fundo.

wellington jose de lima
Enviado por wellington jose de lima em 22/06/2012
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