ALMA DE OUTRORA
Minh'alma de antes invadiu a casa da saudade,
deixou a porta escancarada.
Alma penada...sem ter pra onde ir,
adentrou sem rumo nem juizo,
correndo louca, chorando, pedindo
um abraço, aconchego, um sentido...
atirou-se no leito da razão,
pra repousar, fechar os olhos, na escuridão...
Vagou por tantos caminhos,
enfrrentou miragens e espinhos,
em busca de um tempo
que jamais voltou.
Melhor seria saber morto tal tempo,
mas não...apenas passou.
Minh'alma de antes, penada, cansada...
Antes gritava, hoje calada,
doente, as chagas lhe tomam conta
feito metástase...sem remédio que dê jeito,
sem cura , sem respeito.
Serenou, enfim, prostrada,
recostada no batente da porta escancarada.
Seu olhar de antes
não tira os olhos do agora...
suas gentes, o movlmento, seus encantos, desencantos lá de fora,
já que o tempo de outrora
jamais voltará..
JEANNE TEMIS*