ALMA DE OUTRORA

Minh'alma de antes invadiu a casa da saudade,

deixou a porta escancarada.

Alma penada...sem ter pra onde ir,

adentrou sem rumo nem juizo,

correndo louca, chorando, pedindo

um abraço, aconchego, um sentido...

atirou-se no leito da razão,

pra repousar, fechar os olhos, na escuridão...

Vagou por tantos caminhos,

enfrrentou miragens e espinhos,

em busca de um tempo

que jamais voltou.

Melhor seria saber morto tal tempo,

mas não...apenas passou.

Minh'alma de antes, penada, cansada...

Antes gritava, hoje calada,

doente, as chagas lhe tomam conta

feito metástase...sem remédio que dê jeito,

sem cura , sem respeito.

Serenou, enfim, prostrada,

recostada no batente da porta escancarada.

Seu olhar de antes

não tira os olhos do agora...

suas gentes, o movlmento, seus encantos, desencantos lá de fora,

já que o tempo de outrora

jamais voltará..

JEANNE TEMIS*

Jeanne Temis
Enviado por Jeanne Temis em 22/06/2012
Código do texto: T3739053
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