Ébrio domador

Assim, sem tocar, sem sentir, é um porre,

Ocorre a figura de um azarado no sorteio;

Como se a Fiona agonizasse em sua torre,

E Shreck lha ignorasse, no pântano, alheio...

Porém, mesmo de cara cheia estou bem,

E quem já viu um bêbado assumir o mal?

E o vinho dessa amargura, alto teor, tem,

Tanto que, dá medo, ter medo, como rival...

“Tem gente que não bebe e tá morrendo”,

Revendo o sentido de uma antiga canção;

Como saca a rolha o querer, não entendo,

Contudo, está aberto pra ela, meu coração...

Cada verso é como uma taça de fino cristal,

Igual a tantas, eu sei, mas, vinho incomum;

O poeta é só um ginete domando o animal,

Que uma vez manso, não dá medo nenhum...

Fico alguns dias sem cevar aos meus peixes,

Aí, deixo que a natureza se ocupe, com isso;

Que é o raio de luz para quem tem um feixe,

Guardo meu anzol, pra o momento propício...

Porém, é veraz, a minha história de pescador,

O ardor desse lapso, a qualquer de nós, abala;

Assim, abalado canso de tanto falar de amor,

Descansarei, quando, ela me deixar sem fala...