À Deriva
À Deriva
Velo, a cidade que sem vela segue!
Na escuridão dos teus mares incautos,
Que se lhe ponha! (Assim lhe pede o povo)
Ou, se lhe tire: Enquanto ainda há tempo.
Governo um que não nos dê vergonha,
Pra essa gente se orgulhar de novo!
Segue à deriva, pois se vende o leme,
Da frágil nau a deslizar no azul!
E, se orgulho utopia fora,
Será o brado, um estampido aflito?!
Já não se ouve a sua rouca voz?!
Se faça ouvir, no amanhecer seu grito!
E a frágil nau, neste tão belo azul...
Sem esperanças do que mais lhe ponha!...
Disse o poeta: _O que lhe falta eu sei,
Pois sobra ao povo, falta-lhe é vergonha!
Wellington José de Lima