Mãe, como eu te entendo!...

Minha mãe cantava como eu canto agora...

Que saudade longa em tão sentidas horas

Em que me bate a preocupação...

Filhos adultos, mas “minhas crianças”,

Não importa o tempo que se passe! Embora

Eu saiba bem que não posso fazer

Voltarem: ser pequenos!... No útero caber,

Preservá-los sempre de todo e qualquer mal

E, em lugar deles, eu sofrer...

Minha mãe cantava como eu canto agora...

Lágrimas, quais pérolas, cingiam-lhe o rosto...

- E nós não entendíamos o sofrer assim!...-

Mãe, tu sofrias tanto como eu! Por mim...

Mãe! Que heroína foste!...

Tolda-me o olhar a lágrima sentida

Mistura-se a saudade de ti, ó mãe querida,

Com a saudade dos “meus meninos” grandes...

Ah! Mãe!... Dá-me a tua força

Aí de onde estás, rodeada pelos Anjos,

Certamente a cantar...

E canta para mim velhas cantigas,

Cantos de amor, cantos de ninar!...

Quero em teu regaço dormir! Teu colo quente,

E teu perfume adocicado outra vez sentir,

Sentir teus braços envolvendo os meus

E sentir-me segura, novamente!...

...Ouço o teu canto nestas horas mortas

Em que a saudade me abre tantas portas

E possibilidades me soluçam mil!...

Ainda bem que um dia, eu sei, ‘starei contigo,

E tal qual tu, eu peço ao Deus-Menino,

Que, como Anjo, possa ternamente

Cuidar dos “meninos” que gerei... E tu

Os cuidarás comigo!

- Como sempre o fizeste

E ainda o fazes agora!...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 21/06/2012
Reeditado em 21/06/2012
Código do texto: T3737108
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