Intocável Liberdade...



Faltando poucos dias para casar
Nele eu começei a prestar atenção
Pois não queria subir ao altar
Com um homem insensível e sem coração

Eu provida de todo tipo de sentimento
Via a mudança dele com o passar dos dias
Se tornou intolerante e ciumento
Quando for minha diga adeus a poesia

Mesmo assim eu me vesti de branco
Mas não seria dele jamais
Refletiu-se no espelho um rosto meigo e sem pranto
Nenhum dedo ele tocaria na moça de Batatais

Acostumada a trabalhar para ter liberdade
Encontrei os olhos já cansados do meu avô João
Em silêncio dizendo a neta na flôr da idade
Não tenha medo de seguir sempre seu coração

Em frente ao homem de batina
Ergui minhas mãos inocentes para um ser frio e cruel
Vestida de noiva parecia ainda mais menina
Ele me olhava impiedoso esperando o sim de Raquel

Olhei a luz que emanava além da porta
Enquanto ele buscava nos meus olhos submissão
Quando disse não caso com você nem morta
Pela primeira vez para mim ele ergueu a mão

Ainda não era tarde demais
Só eu poderia meu destino mudar
Corre pela igreja a moça de Batatais
Deixando um monstro no altar

Subi em cima do meu negro alazão
E cavalguei até sentir o cheiro do mar
Liberdade é poder escolher entre o sim e o não
Outro amor eu hei de encontrar

Caminhando aprendi a sorrir em frente ao sofrimento
E que muitas vezes o coração esta na cabeça
Dentro de mim se esconde o paraíso e o tormento
Naquele dia me tornei Cinderela às Avessas...



                                                           

Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 21/06/2012
Reeditado em 21/06/2012
Código do texto: T3736977