Diga-me
Passeava entre tuas letras
redescobrindo pesares
passados, jogados
por baixo do tapete.
Colhia ali frutos
de sementes férteis
e afazeres in-
finitos.
Teu alfabeto extenso
propenso a dizer
o que não sonhavas,
no que eu andava
entre linhas tortas
de letras tão mortas
que já não diziam,
suplicavam.
Não haviam letras
que se juntassem
naquele palco
encardido para a
exposição.
Aviso de amigo:
Estás bem nojento.
Necessitas urgente
de uma faxina
em teus sentimentos.