Diga-me

Passeava entre tuas letras

redescobrindo pesares

passados, jogados

por baixo do tapete.

Colhia ali frutos

de sementes férteis

e afazeres in-

finitos.

Teu alfabeto extenso

propenso a dizer

o que não sonhavas,

no que eu andava

entre linhas tortas

de letras tão mortas

que já não diziam,

suplicavam.

Não haviam letras

que se juntassem

naquele palco

encardido para a

exposição.

Aviso de amigo:

Estás bem nojento.

Necessitas urgente

de uma faxina

em teus sentimentos.

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 21/06/2012
Código do texto: T3736171
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