Talvez fosse...

Talvez fosse coincidência

Se nenhuma evidência

Conotasse algo simplesmente normal.

Talvez fosse acaso

Se numa atitude de pouco caso

Ignorássemos o que é mesmo real.

Talvez fosse...

Se não confundíssemos o surreal com o imoral.

Talvez fosse...

Se nos privássemos de lançar palavras ao vento

Como se todos os ouvidos estivessem ao relento

Pior do que isso,

Como se todos os corações servissem apenas para bombear sangue

E não tivessem sentimento.

Talvez fosse apenas um inofensivo infortúnio

Pra não classificar como bizarro e inimaginável

Em vez de brindar, brincar com as palavras como um apolúnio.

Por falar em brindar...

A vida continua viva pra se comemorar

E pra dizer e ouvir:

“Eu amo amar,

jamais raso como um copo d’água,

mas profundo como o mar”.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 21/06/2012
Código do texto: T3735976
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