Talvez fosse...
Talvez fosse coincidência
Se nenhuma evidência
Conotasse algo simplesmente normal.
Talvez fosse acaso
Se numa atitude de pouco caso
Ignorássemos o que é mesmo real.
Talvez fosse...
Se não confundíssemos o surreal com o imoral.
Talvez fosse...
Se nos privássemos de lançar palavras ao vento
Como se todos os ouvidos estivessem ao relento
Pior do que isso,
Como se todos os corações servissem apenas para bombear sangue
E não tivessem sentimento.
Talvez fosse apenas um inofensivo infortúnio
Pra não classificar como bizarro e inimaginável
Em vez de brindar, brincar com as palavras como um apolúnio.
Por falar em brindar...
A vida continua viva pra se comemorar
E pra dizer e ouvir:
“Eu amo amar,
jamais raso como um copo d’água,
mas profundo como o mar”.