ALGUM MAR
algum mar que possa desaguar
na avenida sete.
você é uma onda, menina!
e passa conduzida pela curvatura
curva da cintura
que molda a mão sedenta
na veste sedosa.
algum mar de brincos prateados
(pouco import’um mar de rosas!)
que me permita nadar
e sair com alguns centavos
no bolso da calça amassada.
E comprar, todinho, cada,
de presente, pingente, pendente...
algum mar de sonhos.
de filho que faz voar num segundo
prá pular o buraco da pedra portuguesa
mal assentada,
da arquitetura, da calçada,
sentida, queda, tropeço!...
algum mar de ruas sem endereço.
um apreço qualquer
por minha mulher: o maior do mundo.
uma rima, uma primeira forma
de dizer isso que eu sinto.
Algum mar de desapego e ingenuidade,
livre de sentido e direção reta,
livre do tempo e da hora certa,
cheio de passos para o campo grande.
oceano cheio de luas refletidas,
com mil estrelas em redor...
já pressentida – dor de partida!
é onde alma cisalha...
esquina, quina de vida, ah! casa d’itália...
triste consciência:
a felicidade tem um fim: fato!
vale dos rios stiep erre quatro