SENTIDOS

SENTIDOS

Foste de meiga, atrevida!

Se te chamasses flor,

Outra não seria: Margarida!

Aprendi do viver triste,

Embelezar tristonha lida...

A ofuscar-lhe outra flor,

Pálida, quase sem cor: Margarida.

Mas do que te alimentas?

Do orvalho da utopia ou do sopro da ilusão?

Ora o sentido diz: _Sim

Onde outrora, por loucura disse:_Não!

O viajar no teu néctar, posso sentir. O pulsar

Firme do teu peito... descompassado, vem-me ao paladar!

Sedento em delírio agonizo: _ Vem cá!... Vem cá...

E não serás mais Margarida!

Cujos encantos da lua em teu centro vem dourar...

Não haverá triste, mas: _Vida... e amor.

Wellington José de Lima