UTOPIA É ESQUECER-TE

UTOPIA É ESQUECER-TE

Na esperança, te esquecer, cruzei cidades, praças,

Vi alegorias... Qual fugitivo, às escondidas,

Ao menor movimento estremecia...

Aliviava-me o coração, pois, vez por outra,

Era tua sombra que me chamava atenção.

Em cada rosto nas ruas por onde passava,

Como por deslumbre ao teu comparava.

Tantos olhares como que a inquirir:

Vieste de tão longe... Eis-me aqui!

Mas nenhum tinha o lume dos teus olhos;

E por mais belo que fosse o teu sorrir!

Não! Ao teu não se igualava.

Depois de muito andar, cheguei à hora fatal.

Embora fixo pensamento, esperança vã...

Acabei confirmando o desejo, te encontrar.

Estivera todo tempo teus lábios buscando!...

Quando o amor lhe pega, não se tem como fugir.

Ou aprende o viver doído, ou se vaga sem rumo por aí!

DEVANEIOS

Quando por ventura te parar o tempo

E vires, não se pode explicar...

Admirável sentimento, obscuro,

Sequer ocupa lugar.

De repente o desatino!

Outrora homem em planos,

Sonhos, hoje menino

Na areia da praia a correr!

Talvez por isto me desloque

A te encontrar, e, isto dado,

Sendo sem lógica, sem amparo,

Sem maldade, não fosse...

Não teria essência!

Wellington José De Lima