OBJETOS

OBJETOS

Usas a noite como a um desvio,

E a realidade, verdadeira utopia;

Bem sabes que nas sombras te escondes...

Embora na tua solidão reconheças:

A cada passo te aumente o vazio.

Com o raiar de um novo dia,

Sem que perguntes, teu íntimo responde.

Talvez por isso bem sei que estremeces!

Antecipa-te de maneira imprudente,

Já que conheces o final desta aventura.

Às vezes querendo agir como demente!

Outras, enganando-te, dizendo ser a cura.

Foi bom pra você? Pergunta o idiota.

Foi ótimo, legal mesmo. Respondes, imbecil.

Dois estranhos que se contemplam...

Mal podem esperar “o ato”, o vestir.

Nem têm o que falar, não argumentam...

Um sorriso sem graça, pra iludir.

Percebes então, aumentou a distância;

Se chegar muito perto, pode repugnar.

Comedidos no pudor, na tolerância...

É o preço que paga, por vacilar!

Wellington José de Lima