Talvez

Talvez

Amo o cantar que é tua fala,

E, musicado embriago-me em sonhos.

Suspiras, retirando-me o fôlego,

Nessa meiguice, neste sorrir felino!

De nortear o sul, bem sei, ocorre um desatino!

E tomado sou de grata surpresa.

Assim foi que este amor meu veio,

E acomodou-se no meu sorrir...

Ou talvez não!...

Talvez nem te ame tanto!

Talvez o amor não seja assim, tão forte!

O que oiço não seja teu canto,

Meu referencial nem seja o Norte!

Talvez o amor nem possa assim embriagar!

Delírio seja, talvez, ou gostar de penar;

Não, talvez não!

Talvez nem seja sede o que eu sinta

Ou nem me brilhe tanto, o olhar!...

D’outra forma seja da qual não pressinta,

Tampouco saiba explicar...

E se souberes, responda!

Wellington José de Lima