Abstrato
Abstrato
Pinte a dor que se me rasga o peito,
Ou a flor, que se me revela...
Umedecida pelo orvalho do desejo,
Pinte o prazer que no viver se anela!
Do desabrochar dos sonhos,
Pinte o desvario da desilusão.
Em cores pungentes, pinte...
Desta vida o sim, pinte o não!
Pinte o dourar da aurora
Faz, na tristeza parecer crepúsculo!...
Desta vida, o guerreiro, amor que revigora
Ou do covarde o estagnado músculo!
A agonia, pinte em cor exuberante,
Do que desprezar o amor ousou...
E se perdeu por um caminho errante,
Qual colibri que nunca mais pousou!
Que saiba ainda retratar por fim,
O rastro deixado pela alegria...
Na lágrima que ainda dói em mim:
Tê-la distante, mas não utopia!
Wellington Jose De Lima