Palavras 0726 - Corpos na cama
Mostre seu corpo como sua alma,
desnude-o, liso, impuro,
quero conhecer a extensão da pele,
entrar e sair pelas dobras,
vou arrepiar cada pêlo,
beijar cada centímetro,
até que exale o cheiro de cio.
Quero a carne quente,
unhas afiadas me arranhando,
suas mãos tremem ao tocar meu corpo,
a boca está sedenta de novos sabores,
os olhos fixos em cada gesto meu,
misturando-se a outros líquidos
o suor aflora quente e escorre.
Acaba o silêncio dos toques,
salivas são trocadas em beijos desajeitados,
seu corpo já reconhece o meu,
rangendo dentes, braços se atracam,
entrelaçados, ajeito seu corpo no meu,
imprimindo força avanço e tomo seu sexo.
De repente, luzes clareiam os corpos,
faíscas de tesão são liberadas,
entorpecidos como em um sonho alucinado
cheiros exalam com o friccionar dos membros,
línguas sem destino provocam ainda mais,
surpreendendo-nos a cada passagem
e em todas as posições improvisadas.
Banhados pelo suor e ainda ofegantes
revelamos prazeres e realizamos desejos,
o tremor aparece depois do êxtase,
retraídos, corpos aquecidos e avermelhados
cumpriram o gozo prometido.
Membros relaxam e abandona o outro,
na fronha marcas de salivas misturadas,
provas do amor ficam estampadas no lençol,
roupas continuam largadas pelo chão,
ajeito sua cabeça acomodando-a em meu peito,
devagar o sono vem, impossível não adormecer,
sonharei, outra vez com e em seu corpo.
19/06/2012