*SUDÁRIO*

Emoldurado no teu corpo meu sudário

Embalsamado jaz na cripta envelhecida,

Albergante vítrico... um santuário,

De abrasivos sentidos... Reprimida!

Cicatrizo no teu corpo... é o corpo meu.

Túnica de alvo linho - tecelã eu sou!

Ferida de morte a serpente que mordeu

No meu seio... foi teu sangue que jorrou.

Unem-se as bocas... buscam-se em eleição,

Tremem os jazigos alforriados

A pirâmide revelada em oração,

UM mistério... este par de apaixonados.

Caladas as vozes do Oriente ao Ocidente,

Sente o silêncio um clamor de humanidade:

Meu intérprete... é o clamor que me consente.

Teu silêncio... é o que escuta essa verdade.

Canos, 08 de janeiro de 2007/RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 07/02/2007
Reeditado em 25/06/2008
Código do texto: T373153
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