Ana
Ana é branca como a bruma
Nas tardes frias de Junho,
Em que a areia se rende à espuma
E a tarde se rende ao sonho.
Ana tem os cabelos quase pretos.
Quase pretos como as árvores mais antigas.
Ela o faz escorrer por entre os dedos
Quando fica farta de nossas brigas.
Ana tem uma boca tão rubra quanto o sangue
Que corre veloz por nossas veias
E foge das faces, deixando exangue
A tez e a cama cheia.
Ana é toda vigor e juventude.
Carrega em seu corpo a natureza.
Em Ana encontrei a plenitude.
Só em Ana encontrei a beleza.
William G. Sampaio [15/06/2012]