QUANDO É AMOR.

Dúvidas? Não pode havê-las quando se quer viver.

Certezas? Não há quando se começa a caminhar.

A cada passo múltiplas possibilidades,

infinitos caminhos,

poucas indicações,

perder-se é inevitável,

encontrar-se necessário.

Passos dados.

Caminhos percorridos.

Nenhuma intelecção do que poderia ter vivido.

Sentimentos incertos,

racionalidade operando

do alto onde se encontra,

de lá tudo comandando.

Cá mais embaixo

sentimentos certos

discursos embaralhados,

pensamentos dispersos.

Cá embaixo

não é redenção, submissão.

É revolta inicial.

Ele que se envaidece de tudo poder conhecer,

vê sua estrutura estremecer

nas possibilidades dos caminhos a percorrer.

É quando percebe que nada comanda.

É quando olha para baixo,

por dentro,

vê assim surgir

com a força delicada da semente que germina

abrindo caminho,

rompendo o chão, brotando...

Vendo-se em passos firmes,

pelos caminhos desbravados

e os que vão surgindo,

ainda que com desvios

seguindo obstinadamente como quem toma impulso

redesenhando os percursos.

Quando se depara com o abismo

não há dúvidas atira-se do alto,

semblante feliz, pois agora nada pensa, pouco deseja,

o que faz é sentir, pois agora já não é o que fora

é ser leve e entregue que abre suas asas, plaina e voa.

Wérlen M dos Santos
Enviado por Wérlen M dos Santos em 17/06/2012
Código do texto: T3729735
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