Ventre Amor

Amparado pelo silêncio,

Jogo-me de pena e tinteiro às folhas

Já úmidas pelo pranto pequeno,

Sangrando em lamentos

Que só a alma pode cantar ou decifrar!

Manto, mantô

Camisola de amar!

E do lábio cor rosa,

O beijo resplandece sublimando apelos,

Que no seio se tatuam

Como taças, servindo do vinho

Etéreos fragmentos da nostalgia!

Pele, pétala,

Floral de desnudar!

No peito nu,

A corte paixão se clarividencia em sonetos,

Soletrados a partir das sonatas sussurradas

Pela brisa movendo-se entre os cabelos,

Da gota que se abriga no ventre da flor!

Laço, entrelaço,

Água de comungar!

Dos tecidos de sonhar,

O som cativante da escultura

Descreve o amor nos elementos da prece,

Marejado do olhar, do olor devaneado

Pela lua suspensa nos céus da estação!

O teor da fragrância,

Dá o tom de toda Ilusão guardada

Na fé e na esperança do sentimento!

17/06/2012

Porto Alegre - RS