Diz, traístes?

Pra lá de pasárgada, pra onde voaste

Passarinha; Amiguinha do rei;

Quem te ouve me diz:

Não falas dos meus olhos estendidos

Como tapetes vermelhos

Pela estrada em que foste.

Nem da enxurrada que não vem da chuva;

Como um eterno lamento de viúva;

Não sondas os meus passos falcetados

De tanto não saber para onde ir.

Tampouco pensas em minha boca trêmula

Como a de uma soprano

Sem, contudo, nada cantar;

Ouviste, por acaso, o silêncio

Do meu pensamento que te grita?

Por que... Por que foste tão linda

Como uma criança que brinca

Distraída e, por alguma coisa, atraída,

Distraíste para sempre, por toda vida?

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 17/06/2012
Reeditado em 25/06/2012
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