Solstício de Outono
Sob o vermelho escarlate,
Minha nave é guiada a mais um porto
D’onde plantei uma semente,
Um ramalhete, um suspiro, um alento,
E uma carta poema escrita ao coração!
Entregue às volúpias do outrem,
Divago dentre a neblina fina, afinando,
Mensurando cada instrumento enviado
Pela luz que alumia minhas noites de breu
Sobre as folhas onde me desnudo em silêncios!
Do solstício de outono,
Ainda ecoa o sentimento latente, vagando
Pelas mudas paredes, trazendo das sombras
Mais uma poesia falando em amor,
De carne, de alma, de ribaltas inesquecíveis!
Embriagado por meros devaneios,
Colho da estrada cada flor, não importa a cor,
Basta brilhar ao continente do viver!
Quando alço âncora,
Logo me vejo em lágrimas
Deslizando pela face mergulhada em fantasias,
Acrescidas por amiúdes versos que se sagram
Testemunhas do sentir vivo no condão,
Da viva ferida que pulsa no âmago!
16/06/2012
Porto Alegre - RS