AMOR NOS TEMPOS DO DENGUE
Tempos difíceis!
Saímos eu e ela
matando mosquitos
pelo bairro.
Encontramos focos
de aedes aegypti
em velhas caixas-d'água,
em garrafas abertas,
em águas paradas.
Derramamos água suja,
falamos com pessoas,
constatamos doentes
a mais
na cidade.
De repente, paramos
para descansar.
E ela veio
e me disse
que o dia estava bom.
Eu perguntei o porquê
e ela, rindo, me disse
que era por estar comigo.
E eu a beijei,
como o moço da novela.
Surpresa, ela deixou
o calor súbito fluir
dentro de sua pele
e, olhar maroto, me disse
o quanto eu era abusado.
Tremi.
E ela sorrindo:
gostei!