Tempo Sofreguidão
Abrindo a janela,
Deparo-me com a visão do dia
Suavemente se despedindo
No raio sobre as águas, no olhar
Do encanto que flamou em meus versos!
Do alto da torre o som anuncia!
É hora da Ave Maria, do voo entre catedrais
Buscando o aconchego do abraço,
O sabor ardente do beijo dentre os lábios
Rubros, como o crepúsculo revelou!
Na melodia da oração
Cada sussurro desperta um tom,
Que pelas veredas da pele, já orvalhada,
Contrai-se sentindo da brisa
O gozar dos tempos, sofreguidão!
Do sonho sonhado,
Está o perfume perpétuo na flor,
No regozijo dos avessos trazendo quimeras,
Aves que cruzam a noite cantando o amanhã
De solidão, mas com o amor sempre no peito!
15/06/2012
Porto Alegre - RS