Partiste... Tão somente!

No surto da saudade perdi as rimas

onde se brotam suspiros

e em meu poema

descrevi o efêmero momento...

Amam-se os corpos nos versos da fantasia...

Numa incontida força de amar

na avidez insaciável do desejo

Sensações explosivas...

Os lábios cativos que te beijam

a face que afagas

Nos olhos o entreolhar das pálpebras tremulas...

Não existem medos

Vieste dócil... Meigo... Manso...

Querias saber-me descobrir meus mistérios...

Não há medos, não há sombras

Amor sem preconceito

Onde as tempestades entorpecem

Dois amantes envoltos em carinhos

Na quietude secreta da noite embalada

apenas pelo anseio

Da paixão!

Adormeciam

os sonhos e nos braços do sono

até o raiar do dia

o ressurgir da suave brisa...

Depois...

deixei que levasses os meus devaneios e

Abri meus braços para te deixar partir...

Afastam-se

os corpos unidos na paixão...

A bruma invadiu num véu de melancolia

e partiste... Tão somente!